quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O cronicamente inviável consumo sustentável

Vivemos ainda no sonho da pós revolução industrial que remontou a economia, que inventou o lucro, ironicamente proibido pelo cristianismo medieval, consequentemente o prejuízo, e é claro, as dívidas, nas fórmulas que não se valem apenas do mais importante do processo, o capital, mas dos movimentos funcionais que interferem de maneira idêntica em todo contexto humano, subjetivo, biológico, etc?
Ou entendemos o processo histórico, da espécie que de caçadora coletora nômade, e que em algum momento, cria a propriedade privada, e consequentemente tudo que nos cerca até hoje, presos numa lógica que continua beneficiando poucos e envolvendo o mundo todo?

Do sonho ao pesadelo, vemos atualmente que este sistema é tão nocivo ao ponto de prejudicar até quem se beneficia, e por isso, chegamos ao ponto de perceber que as grandes corporações começaram a considerar e a valorizar, visando lucros é claro, a diminuição das agressões causadas ao meio ambiente. Vemos, a todo o momento, que o insustentável agora é não enxergar mais a situação ecológica deprimente que vivemos, e, além disso, as empresas que ainda resistem a mudanças nesse sentido certamente vivenciaram uma queda progressiva da valorização. Surge então o capitalismo verde, que teoricamente visa à preservação ambiental, a responsabilidade social, e acredita em um comércio justo, mesmo com velha ampliação de lucros para os acionistas.

Mas como acreditar que é possível a vivência concomitante do capitalismo com um mundo melhor e menos agressivo? Então, nosso sistema que valoriza o consumo, a burguesia, está se tornando ecologicamente correto?

Possivelmente esse discurso ecológico serve, nesse sentido, como uma ação institucional, sendo assim, incompatível com a prática social, pois vivenciamos a cada dia, grandes empresas que vendem o consumo sustentável ao invés da diminuição do consumo como um todo, fato este que prejudicaria toda lógica capitalista, mas seria o comportamento mais justo e inteligente para uma ação relevante contra as degradações ambientais.

Mas, impressionantemente nas entranhas dessa estratégia de dominação capitalista, principalmente em nosso país, está o sentimento que derruba e nos cega para qualquer tipo de manifestação social que poderia transformar essa situação, a felicidade.

Se por um lado a embriagues do riso, e das festas nos trazem uma enorme sensação de pertencimento e familiaridade, também nos distanciam cada vez mais de qualquer tipo de movimento que rebata ou lute contra as grandes injustiças sofridas cotidianamente em nossas vidas, pois vivendo ainda velha receita do pão e circo, num país pobre, subdesenvolvido, onde tantas festas se tornam de importância cultural, nacional , etc, possivelmente para camuflar e afastar as angustias de maneira catártica, percebemos que a situação atual dificilmente tomará algum tipo de proporção contrária, que de fato possa trazer um bem estar social e ecológico.






texto pulicado em: 31/ago/2010
http://www.dgnews.com.br/beta10/f?p=181:4:3127802530905743::NO:4:P4_ID,P4_PALAVRAS:20191

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